Chuva de meteoros Líridas atinge auge e poderá ser vista com mais intensidade nos céus do Brasil
- Magaiver Dias
- há 23 minutos
- 2 min de leitura
O espetáculo celeste promovido pela chuva de meteoros Líridas (Lyrids) está prestes a atingir seu ponto máximo nos céus brasileiros. Ativo desde 14 de abril, o fenômeno ocorre anualmente quando a Terra cruza uma trilha de fragmentos deixados pelo Cometa Thatcher (C/1861 G1), oferecendo uma das mais tradicionais e antigas chuvas de meteoros já registradas pela astronomia.
A expectativa é que o auge da atividade aconteça na madrugada entre os dias 21 e 22 de abril, por volta das 2h da manhã (horário de Brasília). Segundo o astrônomo Marcelo De Cicco, colaborador do Observatório Nacional e coordenador do projeto Exoss de monitoramento de meteoros, esse será o momento ideal para observação.
“O radiante da chuva, ou seja, o ponto do céu de onde parecem surgir os meteoros, estará mais elevado, favorecendo a visualização”, explicou.
De Cicco destaca que, em locais afastados de centros urbanos e com pouca interferência de luz artificial, o número de meteoros visíveis pode chegar a 18 por hora. “
O melhor é direcionar o olhar para o quadrante norte, nas proximidades da estrela Vega, que pertence à constelação da Lira, origem do nome Líridas”, orienta.
Dicas para observação
Para os que não dispõem de bússola, é possível localizar o norte estendendo o braço direito para o lado onde o Sol nasce (leste) e o esquerdo para onde ele se põe (oeste). Dessa maneira, o observador estará voltado para o norte, a direção ideal para acompanhar o fenômeno.
A chuva de meteoros Líridas ocorre entre os dias 14 e 30 de abril, mas sua atividade é mais intensa por um curto período. Os meteoros — pequenos fragmentos espaciais — entram na atmosfera terrestre e se desintegram devido ao atrito com os gases da atmosfera, deixando rastros luminosos no céu, popularmente conhecidos como “estrelas cadentes”.
Importância científica
Além do fascínio que provoca nos entusiastas do céu, o estudo das chuvas de meteoros tem valor científico significativo. Analisar a frequência, a composição e a origem desses detritos espaciais auxilia pesquisadores a compreender melhor a formação do Sistema Solar, os comportamentos dos cometas e até fragmentos lunares e marcianos e objetos próximos à Terra (NEOs – Near Earth Objects).

Esses dados também são essenciais para agências espaciais e operadoras de satélites, que usam as informações para criar estratégias de proteção para equipamentos em órbita terrestre e lunar, prevenindo danos causados por colisões com fragmentos espaciais.
Com céu limpo, disposição e um pouco de paciência, a chuva de meteoros Líridas promete encantar o público com mais um espetáculo celeste gratuito — e que atravessa os séculos mantendo o mesmo fascínio.
Comments