RS reforça alerta para controle do escorpião-amarelo e medidas preventivas
- Magaiver Dias
- 2 de fev.
- 2 min de leitura
A presença do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) tem se tornado uma preocupação crescente para a saúde pública no Rio Grande do Sul. O aracnídeo, que pode causar envenenamento grave através de sua ferroada, se adapta com facilidade ao meio urbano e se reproduz em ambientes como encanamentos, ralos, entulhos e frestas de paredes.
Atualmente, as cidades de Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Horizontina, Três de Maio, Marcelino Ramos, Nova Bassano, São Sebastião do Caí, Esteio e Alvorada são consideradas áreas prioritárias de infestação. Entre 2013 e 2024, exemplares do aracnídeo foram encontrados em até 37 municípios, sendo que em 17 houve registros de acidentes com humanos.
A população deve relatar ocorrências às secretarias municipais de saúde, que encaminham amostras para identificação taxonômica. Após a confirmação da presença do escorpião-amarelo, medidas de vigilância ambiental são adotadas para conter a proliferação. O Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT) e laboratórios do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-RS) são responsáveis pela identificação dos aracnídeos venenosos.
Acidentes são tratados em hospitais com soro disponibilizado pela Secretaria da Saúde (SES). O CIT/RS mantém plantão de emergência 24 horas pelo telefone 0800-721-3000 para orientação sobre atendimento e uso de soros.
Medidas de Prevenção e Controle
O escorpião-amarelo não ataca, apenas se defende ao ser tocado ou ameaçado. Para evitar sua proliferação, recomenda-se:
Limpeza frequente de terrenos, quintais e jardins, eliminando entulhos, folhas secas e lixo;
Controle de baratas, principal fonte de alimento do aracnídeo;
Restrinção de acesso à água, que favorece sua sobrevivência;
Vedamento de fossas sépticas, frestas em paredes e muros;
Uso de telas em ralos, pias e tanques;
Manutenção de portas ajustadas e fechadas, vedando pontos de energia e telefone;
Proteção de predadores naturais como corujas, lagartos, sapos e gambás.

A aplicação de inseticidas não é recomendada, pois pode dispersar os escorpiões e aumentar o risco de acidentes. O aracnídeo tem capacidade de resistir a produtos químicos ao permanecer em abrigos protegidos.
A Divisão de Vigilância Ambiental do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) orienta que a captura do escorpião-amarelo deve ser feita por profissionais treinados, utilizando equipamentos de proteção individual (EPI), como botas, luvas de couro e roupas adequadas.
Cuidados para Evitar Acidentes
Inspecionar roupas, calçados, roupas de cama, toalhas e tapetes antes de usar;
Utilizar luvas de couro e calçados fechados ao manusear entulhos, madeira e pedras;
Manter camas e berços afastados ao menos 10 cm das paredes;
Evitar contato com locais escuros e úmidos que possam abrigar baratas e escorpiões.
Em caso de picada, entre em contato imediatamente com o Centro de Informações Toxicológicas do Rio Grande do Sul pelo telefone 0800-721-3000.
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