Dezembro Vermelho reforça combate ao preconceito e conscientização sobre HIV/Aids
- Magaiver Dias
- 1 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
O Rio Grande do Sul carrega um histórico marcante no enfrentamento do vírus HIV, reflexo de sua alta prevalência na região. Para destacar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) lançou uma campanha que visa combater a discriminação contra pessoas vivendo com HIV/Aids. Denominada "HIV Positivo. Preconceito? Negativo.", a iniciativa faz parte do movimento nacional Dezembro Vermelho, período dedicado à conscientização e à reflexão sobre o tema.
Com a proposta de dialogar com a sociedade, a campanha aposta em uma ampla divulgação: além de redes sociais e plataformas digitais da SES, peças publicitárias estão sendo veiculadas em ônibus e painéis espalhados por áreas urbanas. O objetivo é informar sobre a prevenção, tratamento e, principalmente, reforçar o combate ao estigma social associado ao vírus.
HIV e Aids: esclarecimentos e metas globais
O HIV, sigla para vírus da imunodeficiência humana, compromete o sistema imunológico, tornando o organismo mais vulnerável a infecções e doenças. Caso não tratado, pode evoluir para a Aids, fase avançada da infecção. A erradicação da transmissão vertical (de mãe para filho) é uma das metas estabelecidas pela ONU, alinhada aos esforços do Sistema Único de Saúde (SUS). No Brasil, a ampliação do acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento tem sido prioritária.
Cenário epidemiológico no Rio Grande do Sul
De acordo com o boletim epidemiológico de 2023, houve uma redução de 45,2% na taxa de detecção de Aids no Estado entre 2012 e 2022. No entanto, o Rio Grande do Sul ainda apresenta uma das taxas mais altas do país, sendo o sexto no ranking nacional.
Outro dado preocupante é a detecção de HIV em gestantes, com índices acima da média nacional. Em 2022, o Estado registrou 7,5 casos para cada mil nascidos vivos. Em Porto Alegre, capital gaúcha, o cenário é ainda mais alarmante: a taxa chega a 16 casos, a maior entre as capitais brasileiras.
Apesar da queda na mortalidade por Aids nos últimos anos, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre lideram os rankings nacionais com os coeficientes mais elevados. Em 2022, a capital registrou 23,8 óbitos por 100 mil habitantes, mesmo apresentando uma redução de 4,4% em relação ao ano anterior.
A importância do Dezembro Vermelho
Além de conscientizar sobre a importância do diagnóstico e do tratamento, o Dezembro Vermelho busca desmistificar preconceitos e promover empatia com as pessoas vivendo com HIV/Aids. A iniciativa reforça a necessidade de ampliar o acesso à informação e aos serviços de saúde para reverter índices preocupantes e combater a discriminação, um dos principais desafios enfrentados no contexto da doença.

Foto: Divulgação
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