RS: 1.262 pedidos do Auxílio Reconstrução foram em nome de pessoas mortas
Recentemente, foi revelado que, dos 629,6 mil pedidos para receber o Auxílio Reconstrução destinado às famílias atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul, 1.262 foram feitos em nome de pessoas que constam como mortas nas bases de dados do governo federal. A descoberta foi apresentada pela RBS TV e exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, na última sexta-feira, 12/07.
Auxílio de R$ 5,1 mil para Afetados Pelas Cheias
O auxílio, no valor de R$ 5,1 mil, é destinado a pessoas diretamente afetadas pelas cheias. As prefeituras são responsáveis por identificar os moradores elegíveis e enviar os dados ao governo federal, que então faz o repasse via PIX. No entanto, nem todos os casos identificados como indicativo de óbito representam falecimentos reais.
Medidas Contra Fraudes
Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Apoio à Reconstrução do RS, destacou que o governo está utilizando dois mecanismos principais para combater fraudes: a proposta de publicação dos nomes, endereços e CPFs de todos os beneficiários e o cruzamento de dados com o Censo, contas de água e luz, registros no SUS, CadÚnico e Receita Federal.
“É lamentável que, numa situação como essa, tenhamos que enfrentar tentativas de fraude, que tiram dinheiro das pessoas que mais precisam na hora que elas mais precisam”, afirmou Pimenta.
Casos de Fraude Identificados
Porto Alegre lidera com o maior número de registros de mortos entre os pedidos de auxílio. De 124,7 mil famílias cadastradas na capital, 862 têm responsáveis que constam como falecidos. Outras cidades com altos números são Novo Hamburgo, Canoas e São Leopoldo.
Foto: Divulgação
G* C* P*, morador de São Leopoldo, é um exemplo de cidadão vivo que constava como morto no sistema. Ele descobriu o problema ao ser informado que seu benefício não foi liberado por conta de um “indicativo de óbito”. O Ministério da Previdência Social admitiu o erro e informou que está trabalhando para regularizar a situação.
Outros Exemplos de Fraude
Em Canoas, foram identificadas tentativas de fraude envolvendo um homem preso e uma empresária que fechou seu negócio meses antes da enchente. J* C*, preso entre dezembro de 2023 e maio de 2024, tentou receber o auxílio alegando ter perdido tudo na cheia. Além disso, ele intermediava pedidos fraudulentos para outras pessoas, cobrando por endereços falsos.
Outra tentativa de fraude envolveu D* N*, que solicitou o auxílio alegando perdas em um salão de beleza fechado meses antes da tragédia. Ela havia fechado o negócio em dezembro de 2023 e ainda assim declarou ter sofrido danos durante a enchente.
A Prefeitura de Canoas removeu os dois nomes dos cadastros de beneficiados e ressaltou que a checagem final dos dados cabe ao governo federal.
Fonte: Mix Vale
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