Polêmica: ONS recomenda retorno do horário de verão
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou, nesta quinta-feira, 19/09, que o governo federal volte a adotar o horário de verão como uma medida estratégica para otimizar o consumo de energia no país. No entanto, o governo ainda deve realizar uma avaliação detalhada antes de tomar uma decisão definitiva, que deve ser anunciada dentro de dez dias, conforme indicou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Caso seja aprovada, a medida poderá ser implementada ainda em 2024, embora não necessariamente durante todo o período do verão. A possível retomada do horário de verão surge em meio à crise hídrica que o país atravessa, apontada como a pior desde 1950, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Durante a reunião que ocorreu na sede do ONS, no Rio de Janeiro, foram apresentados estudos sobre a situação energética do Brasil, levando em conta a queda nos índices pluviométricos e os possíveis impactos no abastecimento de energia. Técnicos do ONS e do Cemaden destacaram a importância de adotar medidas preventivas para mitigar riscos futuros.
"Estamos vivendo um período de escassez hídrica sem precedentes. Mesmo assim, graças ao planejamento adequado, não há risco de desabastecimento de energia em 2024. No entanto, precisamos pensar além, em 2025 e 2026", afirmou Silveira.
O ministro também ressaltou que, apesar da recomendação, a decisão requer uma análise cuidadosa e diálogo com diferentes setores da economia antes de ser colocada em prática.
O retorno do horário de verão sempre foi uma questão polêmica.
Defensores apontam a redução da demanda energética nos horários de pico, o que pode aliviar o sistema elétrico em momentos críticos. Por outro lado, há críticos que argumentam que a economia de energia é marginal e que a mudança nos horários pode afetar a rotina e o bem-estar da população.
O governo de Jair Bolsonaro aboliu o horário de verão em 2019, alegando que a economia de energia gerada pela medida havia se tornado irrelevante devido às mudanças no padrão de consumo, especialmente com o uso crescente de ar-condicionado.
Agora, com a nova avaliação da ONS e o contexto de escassez hídrica, o tema volta à pauta como uma das possíveis soluções para enfrentar os desafios futuros da matriz energética do país.
Foto: Divulgação
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