Poluição elevada é fator de risco para câncer de pulmão, alertam especialistas
A poluição do ar, agravada por queimadas e emissões industriais, tem impacto direto na qualidade de vida, causando sintomas como dores de cabeça, irritações nos olhos e garganta, coriza e tosse. No entanto, o maior perigo reside na exposição crônica, que pode resultar em doenças graves, incluindo o câncer de pulmão.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o terceiro mais comum entre homens e o quarto entre mulheres no Brasil. O tabagismo continua sendo o principal fator de risco, mas a poluição do ar, tabagismo passivo e a exposição a agentes como radiação natural, arsênico e asbestos também desempenham papéis importantes no desenvolvimento da doença.
Poluição como vilã silenciosa
A poluição atmosférica é composta por material particulado nocivo, que, ao ser inalado de forma constante, pode danificar o DNA das células pulmonares. Esse dano leva a inflamações no órgão e, com o tempo, pode gerar mutações celulares, mesmo em pessoas que nunca fumaram. Entre os agentes cancerígenos presentes no ar poluído, estão as emissões de veículos a diesel e gasolina, poeira de sílica e substâncias químicas como benzeno.
Sintomas e diagnóstico tardio
Os principais sintomas do câncer de pulmão incluem tosse persistente, falta de ar, dor torácica, perda de peso e fadiga. Segundo o oncologista Dr. William Nassib William, membro do Comitê de Tumores Torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), muitos casos são diagnosticados tardiamente, principalmente em não fumantes, que tendem a subestimar os riscos.
“Por não terem o tabagismo como fator de risco, muitos pacientes acabam buscando ajuda médica tardiamente, o que dificulta o diagnóstico precoce”, explica William.
Rastreamento e tratamento
Atualmente, o rastreamento do câncer de pulmão é recomendado apenas para pessoas com histórico significativo de tabagismo, com mais de 50 anos e uma carga de consumo de, no mínimo, um maço de cigarros por dia por 20 anos. A tomografia de baixa dose é o método indicado para detectar a doença antes da manifestação dos sintomas.
Os tratamentos incluem cirurgia, radioterapia e abordagens medicamentosas modernas, como imunoterapia e terapias alvo. Essas últimas vêm ganhando destaque por sua capacidade de bloquear moléculas específicas que impulsionam o crescimento do câncer, oferecendo maior controle da doença e menos efeitos colaterais.
Foto: Divulgação
Com técnicas cada vez mais avançadas, a detecção precoce e tratamentos inovadores têm se mostrado eficazes na luta contra o câncer de pulmão, especialmente para aqueles que apresentam altos riscos.
Fonte: Agora RS
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